A.˙.G.˙.D.˙.G.˙.A.˙.D.˙.U.˙.

M.˙.I.˙.C.˙.T.˙.M.˙.R.˙.

30 de set. de 2008

Alguma coisa vai errado

[Artigo]
Deixei para tecer comentários, sobre tudo o quanto foi veiculado nos programas eleitorais nos últimos dias, agora na reta final da campanha para prefeito e vereadores. Por isso, me sinto muito mais à vontade para manifestar minha indignação com o que fora apresentado ao povo aracajuano, por políticos que não pautam com o mínimo de seriedade nem decoro para com a população em geral como deveriam honestamente o fazer.

Foram mostradas, nesses quase 60 de dias de campanha eleitoral, propostas que jamais passarão de falácias, de engodos, de aberrações politiqueiras. Vimos candidato dizer que fará, assim que assumir, vários hospitais com grande número de leitos, hospital especializado em neurologia e cancerologia, instalação de vários postos de saúde com atendimento 24 horas, segurança pública auxiliar que é dever constitucional do Estado, que se dispõe a combater a comercialização do petróleo da camada do pré-sal, que vai construir várias e várias avenidas, que garante isentar a população da cobrança de tarifa de água e energia (esse é o pior de todos), que tornará, enfim, sua cidade um verdadeiro Jardim do Edem. Pois bem, não passam de meros sepulcros caiados, fósforos que não dão luz, agiotas eleitorais, cabotinos de plantão, usurpadores da verdade.

Por certo que as necessidades são imensas e os recursos são sempre escassos. Mas isso não dá o direito de virem a um programa eleitoral gratuito, como o próprio nome já diz, num momento tão importante para a democracia brasileira, zombar da cara dos eleitores com mentiras escabrosas, como se achassem que os telespectadores e ouvintes fossem alienados, ignorantes, burros mesmo.

Peca feio quem ainda subestima a capacidade do eleitor de distinguir quem faz política de quem faz politicagem. O eleitor de hoje não é mais aquele que abaixava a cabeça para os “coronéis” e votava de acordo com os mandos destes. Não, meus caros. O voto de hoje tem que ser conquistado um a um com propostas concretas e atitudes honestas.

Não se viu nessa campanha nenhum candidato se comprometer em valorizar o servidor, nem tão pouco afirmar que teriam mais dignidade e decência no trato com o bem público; nenhum se manifestou a favor de concursos públicos para as diversas áreas que se façam necessárias o seu devido preenchimento; nenhum disse como os cargos de direção e chefias seriam preenchidos, se com funcionários de carreira do próprio órgão a que estão vinculados.

Dizer que vão construir o impossível é uma falácia sem igual, é um acinte às pessoas de bom senso, um engodo à população tão carente, mas não burra, um verdadeiro estelionato eleitoral. Como poderão “contratar”, “licitar”, em tão curto período de tempo sem utilizar os critérios danosos do apadrinhamento político-eleitoreiro vigente? Que responsabilidade fiscal é essa que só aparece quando o servidor clama por melhoria salarial? Como o contribuinte poderá ser mais abrandado nos encargos que lhe são impostos? Propostas como essas não se fazem presentes nos programas de governo de quase nenhum candidato, por que será?
O ser humano, ao se indignar, mostra aos demais que alguma coisa está errada. E nesse simples pensar, também comungado por vários construtores sociais que se encontram de pé à ordem para tornar feliz a humanidade pelo amor e pelo aperfeiçoamento dos costumes, busco repudiar toda essa maledicência política que está impregnada no seio dessa sociedade castigada.
Enfim, eleitor, não queira ser mais uma vez enganado por aquele político mandrake, mau caráter, sacripanta, que se apresenta como “honesto” – até porque honestidade não é uma virtude e sim uma obrigação moral –, que não constrói masmorras ao vício político vigente. Procure trazer para a sociedade aquele candidato que fale com clareza, sem delírios oníricos, com compromisso real com o servidor público e com a sociedade de uma maneira geral nos seus programas e projetos; que tenhamos orgulho de dizer que estamos bem representados, e que esses representantes possam tornar a vida das pessoas mais justa e perfeita.
* Carlos Mariz Moura de Melo – Jornalista / Acadêmico de Direito / Companheiro Maçom da Augusta e Respeitável Loja Maçônica Serigy nº 04.

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