A.˙.G.˙.D.˙.G.˙.A.˙.D.˙.U.˙.

M.˙.I.˙.C.˙.T.˙.M.˙.R.˙.

23 de abr. de 2010

“O trabalho dá saúde ao espírito”, diz agricultor

[Experiência Rural]

A história que hoje vamos contar vem de lá da comunidade Olhos D`Água, no município de Nossa Senhora de Lourdes, no Alto Sertão Sergipano. O personagem é um agricultor familiar de 61 anos de idade que, desde cedo, aprendeu com seu pai a trabalhar com a terra e dela tirar todo o seu sustento. Batalhador, conseguiu adquirir sua primeira propriedade na comunidade de Xui com a ajuda da Ancar-Se, primeira nomenclatura dada ao que hoje se conhece como Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro).

Separado e pai de sete filhos, o agricultor vive atualmente sozinho em sua propriedade de aproximadamente 35 tarefas, onde cria 30 cabeças de gado da raça reses (sendo 14 delas produzida através da inseminação artificial de forma a garantir a melhora genética do rebanho), além de galinhas. Na lavoura, planta feijão, milho e palma e destaca a importância das duas últimas culturas na produção alternativa de alimento para seus animais nos períodos mais críticos da seca.

O dia nasce às 4 horas da manhã na vida do agricultor e só se encerra quando o trabalho efetivamente termina. Em sua programação diária, ele alimenta o gado fazendo, cuidadosamente, a sua ordenha, tratando das galinhas, do plantio de 3,5 tarefas de palma adensada (prática adquirida através de cursos ministrados pela Emdagro), do milho e do feijão, além de cuidar dos afazeres domésticos. “Eu ainda vou criar ovelhas”, planeja ele para o futuro.

Apesar de ser filho do sertão, nunca demonstra as dificuldades pelas quais passou ao longo de sua vida e se limita apenas em dizer que “o trabalho dá saúde ao espírito”. Sábias palavras para quem nunca frequentou uma escola. E por falar em frequentar a escola, o agricultor conta que tudo o que aprendeu foi através do contato direto com a terra e dos cursos e intercâmbios promovidos pela Emdagro. “A tendência do sucesso é a solidariedade que encontramos dos técnicos em nos ensinarem as práticas e os métodos para a gente desenvolver o campo”, revela ele, acrescentando que a assistência técnica da Emdagro sempre proporcionou a implantação de novas tecnologias que facilitassem o dia-a-dia do agricultor.

Diz ainda que seu maior orgulho é ter, exclusivamente, como fonte de renda tudo aquilo que sua propriedade produz, seja com venda de gado, seja na produção de leite ou da colheita do milho, ficando o feijão para o próprio consumo. Nunca perdeu a consciência de que “sem o trabalho do homem do campo o povo da cidade não teria o que comer”, reforça, reconhecendo o apoio obtido para implementação do custeio pecuário através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

E é com a consciência de “trabalhar para produzir e contribuir por um país melhor”, que hoje apresentamos a história de vida de “Zé Riquinho”, um agricultor rural da Comunidade Olhos D´Água, em Nossa Senhora de Lourdes, no Alto Sertão Sergipano.

Assistência Técnica

As experiências desenvolvidas na propriedade de Zé Riquinho e que hoje servem de referência aos demais agricultores do sertão sergipano são frutos de muito trabalho e compromisso que, juntos, desenvolvem o meio rural.

Fernando Piedo, técnico agrícola da Emdagro, ressalta as qualiudades do agricultor. “Zé Riquinho é uma pessoa inteligente, apesar de não ter escolaridade, é compromissado com a agricultura. O que nos surpreende é que ele tem a visão de melhorar de vida. Digo isso, porque ele é diferente de outros agricultores que necessitam de programas sociais para sobreviver”, afirma.

“Aproveitamos a visita para coletar amostras do solo para que possamos fazer uma análise mais detalhada do seu potencial de cultivo. Como demonstramos aos demais agricultores, a amostra deve ser coletada em pontos distintos da propriedade para, com isso, termos um panorama geral de todo campo”, orienta Cláudio Sérgio dos Santos, técnico e chefe do escritório local da Emdagro em Nossa Senhora de Lourdes, acrescentando que esta prática deverá ser repassada pelos agricultores presentes aos seus familiares, amigos e visinhos quando do retorno em suas propriedades.

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