A.˙.G.˙.D.˙.G.˙.A.˙.D.˙.U.˙.

M.˙.I.˙.C.˙.T.˙.M.˙.R.˙.

16 de set. de 2007

Sem meio ambiente não há energia

[Artigo]

A realidade energética do Brasil é preocupante. Conceitualmente, o sistema energético compreende toda a atividade de extração, tratamento e distribuição além do uso de energia. Tal sistema, atualmente, torna-se um dos principais responsáveis pela agressão direta ao meio ambiente e ao próprio homem em escala local, regional, nacional e global.

É através da extração desses recursos naturais, seja petróleo, carvão, biomassa ou termoeletricidade que surgem implicações e danos ambientais chegando a ponto de transfigurar suas principais características, tais como: a brusca mudança nos padrões climáticos, do uso do solo, dos recursos hídricos e da própria cobertura vegetal.

Com isso, não é à toa que ampla discussão vem sendo travada pelos diferentes setores da sociedade para se buscar alternativas que possibilitem a implantação de programas, assim como, a captação de incentivos que evitem cada vez mais a degradação ambiental e, conseqüentemente, a falência do setor energético.

Há de se levar em consideração que o aumento da demanda e da oferta de energia vem trazendo enormes desafios aos setores de planejamento das empresas e aos órgãos governamentais, que precisam urgentemente adotar medidas que efetivamente resguardem a integridade do ecossistema e garanta o fornecimento de energia a toda a população anos a fio.

Faz mister lembrar que ao se falar em matrizes energéticas, soa o famigerado programa de construção de usinas nucleares, o qual voltou a fazer parte da pauta do Governo e que vem causando arrepios aos ambientalistas, isso porque, segundo eles, a retomada do programa nuclear brasileiro caracterizará o retrocesso histórico de uma nação que, praticamente, não saiu da incubadora do desenvolvimento.

Por certo, que a energia nuclear é a que mais vem preocupando a sociedade como um todo, motivo pelo qual basta dar uma olhada no passado e identificar os danos causados por ela ao meio ambiente e à saúde humana. E essa fonte de energia trás consigo problemas sérios, quando questões vêm à baila no tocante a manipulação do material radioativo no processo de fabricação do combustível nuclear. Os riscos de vazamentos e acidentes são iminentes. Não se pode deixar de mencionar, também, a falta de infra-estrutura que o Brasil possui para o armazenamento e conservação do lixo radioativo.

Mesmo que o país detenha a sexta maior reserva de urânio do mundo, matéria prima para abastecer suas futuras e atuais usinas nucleares, como afirmam alguns especialistas, não seria sensato ao governo brasileiro retomar tais projetos, uma vez que elevados são os custos para implementar e complementar tais políticas, frente aos grandes riscos que o país precisará correr.

Por outro lado, as crises dos setores termoelétrico e hidrelétrico revelam o já profetizado sinal de desgaste, de esgotamento. As termoelétricas, por exemplo, contribuem com a poluição ambiental na medida em que lançam no ar dezenas de centenas de gases, o popular dióxido de carbono, responsável pela manutenção da temperatura na terra e que, em excesso, impedem a saída do calor para a atmosfera provocando o efeito estufa, cenário bastante conhecido.

Já as hidroelétricas, caracterizadas como fontes “limpas” de energia, também possuem parcela razoável de culpa quando promovem impactos irreparáveis ao meio ambiente, na medida que alteram a temperatura, a composição e as propriedades químicas das águas, a partir do instante em que as represam, ocasionando, contudo, um verdadeiro descompasso no ecossistema, afetando não só a fauna como também a flora.

Diante desse quadro, urge reconhecer que, para a expansão do sistema energético brasileiro, é necessário buscar meios alternativos que viabilizem eficiência da produção e o uso de energia, através dos seus recursos renováveis. Meios esses como a utilização das energias eólica e solar com certeza irão contribuir para aliviar os danos que, ao longo de anos, vem submetendo o meio ambiente, na busca desesperada de salvar esse maior patrimônio da humanidade e garantir, portanto, a continuidade do abastecimento energético.
Foto: Internet

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