Palestra de técnico da Emdagro amplia horizontes quanto ao uso de produtos agroecológicos

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Prática da agricultura orgânica na citricultura, esse foi o tema da palestra apresenta pelo agrônomo da Regional Centro-Sul da Emdagro de Boquim, Auro Andrade, na manhã do último dia 30 de julho, no município de Tomar do Geru, quando da realização da 7ª Reunião Ordinária do Colegiado Territorial Centro-Sul, promovida pelos técnicos do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA e parceiros.

A reunião, prevista para ocorrer uma vez por mês, contou com as presenças de representantes e técnicos da Emdagro, Embrapa, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Fetase, Prefeitura de Tomar do Geru, MST e produtores rurais visando discutir ações ligadas aos territórios, tais como apicultura, agroecologia, dentre outros.

A palestra objetivou levar informações de uma nova proposta para a transição ao cultivo orgânico do citros, o que vem tomando projeção perante várias instâncias. “Até mesmo o Governo Federal vem há mais de 4 anos estimulando e beneficiando atividades técnicas relacionadas a divulgação de tais culturas”, afirma Auro Andrade.

Segundo ele, “hoje em dia não se admite mais trilhar pelo caminho suicida de uma agricultura convencional, a qual traz desequilíbrio ao meio ambiente na medida em que são usados agrotóxicos e fertilizantes minerais, sob a promessa vã de produtividade. Isso é consolidar na agricultura familiar uma relação de dependência por esses insumos”.

A proposta apresentada pelo Agrônomo da Emdagro levantou ampla discussão sobre o assunto e motivou a Gerente da Célula de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste, Leonídia Maria Menezes de França, a se comprometer em levar à Superintendência e aos técnicos do Banco tudo o que foi apresentado na reunião para a viabilização de um projeto que possa fazer parte dos seus programas de financiamento.

“Achamos a palestra muito interessante, muito rica e que se encontra dentro do contexto do país, o qual está voltado realmente para a agricultura orgânica, para o reaproveitamento do solo sem uso de agrotóxico. Então, essa proposta vai ser levada para o Banco do Nordeste no intuito articular, juntamente com os técnicos parceiros da Empresa de Desenvolvimento Agrário de Sergipe, a viabilidade de um projeto para o produtor no sentido de utilizar essa mesma agricultura orgânica dentro dos programas financiados pelo banco”, compromete-se Leonídia França.

Para Luiz Alberto, o Luizinho do MST, e membro do Colegiado do território Centro-Sul – Cristinápolis, a proposta apresentada pela Emdagro é uma ótima solução para a diminuição do uso de produtos agrotóxicos no campo. “Esse método agroecológico, pra gente que faz parte de assentamento e utiliza a agricultura familiar, vai ser a forma para diminuir o uso dos agrotóxicos em nossos campos”, afirma o representante do MST.

Ainda segundo ele, “A palestra foi boa e a proposta é viável, a gente espera que não pare nessa, porque com esse método de utilização de produtos biofertilizantes a gente pode desenvolver uma agricultura ecologicamente correta”, acrescenta.

Na visão de Nunes Alexandre, Representante da Federação de Trabalhadores Agrícola de Sergipe (FETASE), a questão do uso indiscriminado do agrotóxico no Brasil e no Estado é muito séria. “A gente sabe que é um caso gritante, quando se trata de esclarecimentos de como o agricultor trabalhar com outros produtos diferentes do agrotóxico, uma palestra como essa é muito válida e que deve ser levada para as comunidades dos municípios para o conhecimento dos trabalhadores”, afirma.

É nesse contexto, porém, se torna importantíssimo promover a transição do modelo convencional para o modelo agroecológico, com ações que possam equilibrar o meio ambiente, as relações entre o solo, água e planta para que, posteriormente, haja uma adoção e uma integração de práticas que devolvam a agricultura familiar a sua sustentabilidade, possibilitando também o desenvolvimento social e econômico do agricultor familiar.