A.˙.G.˙.D.˙.G.˙.A.˙.D.˙.U.˙.

M.˙.I.˙.C.˙.T.˙.M.˙.R.˙.

9 de ago. de 2007

Jovens assassinos ou pais omissos

[Artigo]
Fazendo um breve acompanhamento em matérias e reportagens referentes àqueles jovens de classe média e média alta que se enveredam pelo mundo do crime, chegando até a assassinar seus próprios pais, percebi que precisamos abrir uma ampla discussão sobre o por quê desses moços e moças, de classes bem abastadas, praticarem tais barbaridades.

Seria a má educação, ou melhor, a má criação ministrada por seus pais enquanto crianças? Ou a fortíssima influência da mídia na formação do caráter da pessoa, como afirmam alguns “entendidos”? Quem sabe as tendências de uma sociedade que já não mais admite o controle dos pais sobre seus filhos, por acharem pura caretice?

Ora, quem realmente educa nossos jovens são os videogames que, na maioria das vezes, despertam os sentimentos mais primitivos do homem; a ausência permanente dos pais por estarem assoberbados de trabalho deixando a educação de seus filhos em segundo plano; a “liberdade” plena da Internet; a mídia, com suas intransigentes programações disseminado a extinção da moral e dos bons costumes; a galerinha do mau; os traficantes, que aparecem nessas horas para desencaminhar nossos jovens; o álcool e uma infinidade de "educadores" de plantão que se encontram em qualquer esquina da vida, além de levar em consideração a criminosa omissão dos pais, por perceberem tudo isso e não fazerem nada.

São jovens que, aparentemente, vivem muito bem, sem saber sequer o que é passar necessidade, sem se preocupar com o dia de amanhã, que não lhe faltam nada dentro de casa (boas roupas, ótimos brinquedos, boas escolas, faculdades, comida farta, etc), esses mesmos jovens que passam o dia inteiro pensando besteira. São uns cabeças vazias.

Mais certo é o ditado que diz "cabeça vazia, oficina do satanás". O que dizer desse tipo de gente? Seria realmente a má educação o grande mote dessa violência toda? Acho que não, porque se assim o fosse um irmão seria igual ao outro. E a falta de afetividade, de carinho, compreensão, companheirismo dos pais por seus filhos, isso acarretaria tamanha e injustificável violência? Talvez sim, talvez não.

É presumível, entretanto, que o mau “caratismo” se instala nas pessoas desde o seu nascimento e, ao entrar em contato com o mundo aqui fora, termina por aflorar com toda força contra a sociedade em que vive, como afirmam alguns? Um pouco vago tal afirmação.

Sinceramente, acho que nem as variadas ciências que estudam a mente e o comportamento humano teriam uma resposta precisa para justificar tamanha violência. Como explicar o episódio daquela adolescente que juntamente com o namorado e o irmão deste assassinaram seus pais a golpes de paulada? Era uma menina bem de vida, pais ricos, família tradicional. Como explicar um universitário, que faltava um período para se formar em medicina, entrar com uma sub-metralhadora num cinema e fazer o que fez? Ele também era de classe média alta. Como explicar a covardia praticada pelos jovens, aqueles filhos de ministros, deputados e juízes, também de classe alta, que queimaram e assassinaram o índio Pataxó na Capital Federal? Não esquecer, também, da empregada doméstica que foi tocada fogo num ponto de ônibus por rapazes bem de vida, quando estes a confundiram com uma prostituta. E isso justifica tal perversidade?

Aqui mesmo em Aracaju, um episódio chocou a população quando o filho matou o próprio pai a golpes de panela de pressão, isso mesmo, panela de pressão. Dizem que a cabeça do pai virou “papa” ou melhor, pasta. Ele era de classe média.

O que precisa ser feito é que sejam desempenhadas ações, tanto pelos próprios pais quanto pelo poder público, para resgatar nesses jovens aqueles sentimentos de humanidade, respeito, compaixão, tolerância, compreensão, solidariedade e tudo aquilo que engrandecem o homem e os tornam sociáveis.

Por certo, há de se pensar urgentemente na melhor forma de promover um amplo e sério debate sobre essa problemática antes que seja tarde demais.

2 de ago. de 2007

Não é justo

[Artigo]

Inicio nesse blog uma discussão aonde poucos tem a chance de expressar sua opinião sobre a corrupção em nosso país, sem que tenham, de uma forma ou de outra, suas convicções e conceitos tolhidos por pessoas que não aceitam a simples expressão da verdade.

É essa verdade que incessantemente incomoda aqueles que devem realmente explicações de seus atos, isso porque no exercício de suas funções públicas, trilham o caminho da desonestidade, da roubalheira, da imoralidade.

Acontece que esses mesmos asquerosos de colarinho branco, infelizmente eleitos por nós, são aquelas mesmas figuras carimbadas de sempre. Nos roubam e nos enganam descaradamente, ou melhor, covardemente. Eles são os dejetos que cotidianamente são despejados nos mares de lama do nosso envergonhado país.

E os culpados de tudo isso somos nós, por colocarmos essas aberrações no comando de nossas vidas e que, a cada eleição, lá estaremos novamente para efetivá-los no poder.

Se alguma coisa realmente tem que mudar no Brasil essa coisa somos nós mesmos. Porque? porque cada indivíduo deve olhar para si próprio, analisar suas atitudes, sua forma de agir diante de situações como essas e reconhecer que acima de tudo algo precisa mudar e rápido. Analisar o que tem e o que querem ter. Esse sim será um grande passo que daremos para contribuir com a limpeza geral de nossa terra mãe. A coisa deve acontecer de dentro para fora.

Isso porque não é justo que o nosso orgulho seja quebrado, esfarelado, esmiuçado por bandoleiros de plantão; que a nossa honra e nossas crenças, por um Brasil melhor, sejam feridas mortalmente; que nossas crianças nem sequer tenham perspectivas de um futuro decente; que nossos velhos, aposentados, possam realmente descansar sem se preocupar com o dia de amanhã, pois este apenas servirá de mero companheiro até o fim de suas vidas.

Não é justo, meus caros, nem perfeito, presenciarmos, num país tão rico como o nosso, seres humanos passando fome e sede privados do essencial para seu provimento existencial. Também não é justo os homens de bem ficarem trancafiados em jaulas enquanto os verdadeiros monstros desfrutam a luz do sol e contemplam a lua em sua infinita beleza. Não é justo degradar a natureza covardemente se o único pecado dela foi nos suprir de tudo sem pedir muita coisa em troca.

Não é justo vivermos num Brasil de desiguais só porque alguns políticos assim o desejam, num sentimento mesquinho de legislar em causa própria, como também não é justo assistirmos pávidos toda essa aberração que nos envolve sorrateiramente chamada de corrupção.

A corrupção é o cancro que nos assola, é a AIDS que nos corrói por dentro e nos mata, é a osteoporose que enfraquece nossos ossos nos prostrando no chão da amargura, é ela que contribui com a manutenção da pobreza, com o aumento da criminalidade, com a fome e com a falta de esperança de um povo que, mesmo em meio a tantas adversidades, ainda consegue sorrir.

Não seria vergonha nenhuma se nossas instituições, detentoras e fiscalizadoras da justiça, contribuíssem de forma incisiva na erradicação desse mal, assim como é feito pelo Ministério da Saúde para combater a proliferação da dengue.

Sem dúvida alguma, ainda acredito na viabilidade do Brasil, como país, como pátria, como casa, como terra mãe...

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